1 - Julho 2021

Eu tenho medo. De me mostrar demais, me mostrar de menos, mostrar o que não existe ou existir de um jeito que não me mostro. Medo de não ser suficiente, de sentir falta e não ser sentida, de querer e não ser quista, de ser via de mão única - sem destino.

Eu eu eu eu. Minha mente orbita ao meu redor, como se fosse tudo sobre mim e estou farta. Sou temática constante e entediante, quero ação e entrego toda essa carga ao outro, responsabilidades que não posso me dar o luxo de ter. Estou cansada de mim mesma. Tenho pressa, me machuco. Não espero, tenho pressa. O tempo do outro parece desaparecer porque é mais importante que eu mostre porque sou importante aquisição. Espero, me machuco. RESPIRA, NÃO TEM PAZ QUE ME ALCANCE, eu não deixo.

A loucura não está efetivamente em meus braços, sequer me cerceia em nenhum nível além do normal. Mas a obsessiva vontade de ser doação atravessa o limite da tranquilidade e magoa, cutuca ferida, transtorna, insiste e destrói. 

Me afasto. Convencida de que não há muito que eu possa oferecer, retraio-me, pouco a pouco, caso ainda não tenha perdido minhas chances de ser eu, ocupada performando uma versão que sequer sou. Para rapidamente me desligar do que gosto e poderia experimentar, se não fosse essa ansiedade de viver logo o futuro - ainda que eu goste tanto de te ver no presente.

Eu quero esperar o seu tempo para ver se nossas linhas do tempo podem se permitir andar juntas. Me deixa esperar, cabeça ansiosa. Eu preciso de um tempo de você, tem muito de mim em ti e eu me amo, mas preciso ir além

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