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Mostrando postagens de abril, 2020

Dicotomias

Estava na rede. Todo mundo ao redor rindo, vivendo, vendo. Seu nome sai da minha boca como se sempre tivesse morado lá. “Quero beijar você”. Você sabe como me sinto, os outros todos também, mas você acha que não sabem. Não há nada que nos proíba, mas a validade que traz fazer as coisas às claras te assusta. Você me encara, meio surpreso, meio sorriso. “Onde?”. “Aqui”. Você se inclina e acaba por sentar, encaixado de lado entre as minhas pernas que estavam espichadas na rede. A gente se cabe direitinho. Eu amo tanto seu calor. Me sento, a gente se cheira, se alisa com o rosto e se beija. Todo mundo fica feliz. Dão risada “finalmente”, ouve-se de algum canto. Eis que acordo. Correndo por um caminho todo perfeitamente pavimentado, às seis e meia da manhã, com uma canção não forte o suficiente para chamar minha atenção e um sorriso que atrai os raros pedestres da rua vazia. Tento me desvencilhar dessa inundação de sensações de um sentimento tão antigo e duradouro. Não misturo meus devane