A vaidade - I
Lurdes saltou da cama. Rapidamente vestiu a roupa que estava pendurada na cadeira, amarrou os cabelos curtos num rabicó, alto e mal feito - estava atrasada, esqueceu-se dos grampos - tomou um café requentado e saiu, correndo, para o ponto de ônibus. Joana não estava muito disposta naquela manhã. Sentou-se e escovou demoradamente os cabelos enquanto conferia se tudo estava no lugar. Ela não sabia ao certo se seu medo era de "derreter" ou se um dia Deus ia castigá-la por ter mudado tanto o próprio corpo. Logo esqueceu e voltou a escovar com mais intensidade os longos fios dourados até obter a composição perfeita e desejada. Conferiu as horas e ficou impaciente, 10 e meia e sem café. Ia escolher a roupa para a noite quando a porta abriu e uma bandeja anunciava a chegada de Lurdes, meia hora atrasada. - Você é debil mental? Atrasa meu café, não bate na porta e traz pão com queijo! É sério isso? Você quer perder o emprego? Sorte sua que sou muito boa. Olhava para ...